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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Daqueles gritos nas imensidão #7...

Faz tempo que não te escrevo, não é? Não sei se estás bem, ou como tens passado ou se recebestes as outras cartas. Pois é. Essa correria tem me deixado completamente absorto... Quem diria, em plena madrugada eu usando palavreado culto. Mas é verdade. Em meio a todos os acontecimentos desse fim de ano, estou com mais uma vez insone. Não sei se adrenalina ou medo, ou talvez os dois. Estive pensando muito. Muito mesmo, deves saber. Os problemas são muitos, as soluções não parecem existir. O que fazer? Tudo se distancia numa velocidade absurda, tudo se transforma na pausa de uma respiração profunda. Eu precisava realmente de alguém que pudesse me ouvir. Alguém com quem eu pudesse falar e estabelecer uma conversa e me ajudar a compreender o que se passa. As pessoas gostam muito de falar, mas não sabem ouvir. Eu tento ouvir. Mas parece que não é suficiente. Tenho tentado entender as pessoas, suas oscilações de humor, de energia e de comportamento, mas ninguém disposto a me entender. Ouve o meu silêncio? Por conta disso recorro mais uma vez a ti, escrevendo para quem sabe possas me ajudar de alguma forma. Estou em kakos. Me sinto feio e parece que nada do que faço é bom ou bem visto. Tenho me esforçado tanto. Tenho lutado tanto. Mas será que isso é o bastante? Acho que o problema é aqui dentro. Tento mudar, tento fazer, mas nada sai do lugar. Devo recorrer a quem?
Eu não me reconheço... Não reconheço meus sapatos, nem esse avental, nem essa casa nem esses patrões que exigem mais do que posso.
Sempre soube que eu sou diferente, que vejo e sinto tudo de outra forma, mas tenho buscado um denominador comum, para conseguir me equalizar com o todo. Mas olha aí o fracasso novamente. Não consigo. Porque é tão difícil ser ouvido? Estou com muitos medos assolando minha cabeça que desistir parece ser uma opção plausível na atual conjuntura. Vou pedir impeachment de mim.
Tá doendo demais sabe? Será que fiz as escolhas certas? Será que nasci para fazer isso? Não me acho aqui. Não entendo porque com os outros as relações parecem ser diferentes.
Seja pela foto não tirada, ou pela supervalorização de uma outra pessoa. Queria tanto poder falar isso tudo, mas acho que isso faz parte daquelas coisas que eu mesmo tenho que lidar. Elas são tantas... Mas dói demais. Eu queria uma foto, desfocada que seja, de uma apresentação. Eu queria um comentário feliz ou construtivo de uma apresentação. Eu quero!
Tente me ouvir! Porque eu mesmo não consigo mais.
Sou um completo fracasso.
Depressivo, não é? Porém real.
Estou sorrindo mesmo ou estou mascarando um choro? Estou calmo mesmo ou na verdade estou calando meus gritos?
O que represento afinal?
Por fora me vês como um ser humano de aço, inabalável, constante e permissivo, mas na verdade sou só um ser humano de cristal frágil. Acho que estou trincando. Se eu quebrar, sei que não pedirei ajuda.
Preciso que alguém olhe pra mim. Mas que me olhe de verdade.
Preciso que alguém converse comigo. Mas converse mesmo, que me ouça e me responda sem exasperação.
Quero me sentir vivo.
Sinto saudades...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Daqueles gritos na imensidão #6...

Tem chovido demais por esses dias. A chuva não parece ser uma chuva comum, parece que a umidade é tanta que entra por nossa pele e chega nos ossos... Faz frio também. Dizem os antigos que estaríamos no verão. Mas ao que tudo indica, estamos vivendo em uma estação não definida. As pessoas estão oscilando de humor, acho que por conta da temperatura ou pela crise instaurada. Eu? Estou um tanto cansado. Cansado de muitas coisas. Acho que por isso tardei a escrever. No dia do meu aniversário, pensei muito em ti, em coisas que dissestes ou em risadas soltas que demos e fechei os olhos e senti como se me abraçasses. E chorei. Tenho bem a quem puxar ser essa manteiga derretida.
Tudo parece estar mais difícil do que de costume. Tenho me estafado de tantas coisas. Mas decidi que preciso me esvaziar dos excessos e me entupir de alegrias. Sorrio sempre que posso mesmo sem querer muito sorrir. E isso é bom. Sorrio. A vida já é por demais pesada para que a gente fique fazendo-a pesar mais, então o jeito é sorrir e com isso deixar o fardo mais leve de se carregar. Olho para o passado e vejo como dei peso para coisas que não pesavam mais do que plumas. Perda de tempo? Não. Caminhos do aprendizado, da evolução.
Estou sem sono agora e decidi aproveitar esse tempo para por nossa conversa em dia. Queria muito saber como estás, se aí está chovendo...
Enquanto isso preparo mais uma xícara de café e escrevo. Estou com tantas dúvidas, medos também, mas não quero falar deles agora, porque isso ia demandar a utilização abusiva de palavras e algumas delas seriam palavrões inapropriados para um bom moço como eu falar (escrever).
Precisava de seus conselhos... A Rainha e a Princesa também precisam. Estou tentando segurar as pontas aqui, mas está complicado. Acho que não tenho forças... Mas sei que temos que reunir forças e sempre seguir adiante. Respiro e me recomponho.
Por hora seria esse o resumo desses dias...
Penso sempre em ti.
Envio todo o meu amor junto com estas palavras desejando que cheguem a ti.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Daqueles gritos na imensidão #5...

O dia hoje amanheceu solar... Comum calor típico primaveril, chegou atrasado e de forma repentina, mas com a loucura do tempo, não me espanto. Certamente  reclamarias do calor. Almocei lasanha. Tem sido um verdadeiro duelo entre mim e os ingredientes, para tentar chegar perto do sabor que suas mãos faziam com tamanha maestria. Preciso praticar mais. Deves saber das mudanças todas acontecidas por esses dias. Novos ares. Eu precisava disso. Sinto-me leve. Às vezes, nos anestesiamos para suportar algumas coisas dolorosas e com isso não percebemos muitas outras coisas que acontecem ao nosso redor. Só percebemos quando o copo está totalmente cheio e fica impossível engolir. Caminhos tortuosos que nos ensinam.
Esses dias lembrei muito de ti... Como pode? Existe tanto amor em mim que chega a doer. E eu que achava balela quando alguém falava que o amor dói. Ledo engano. A gente é tão ingênuo, né? Inclusive em se tratando de outras pessoas. Não vou perder tempo falando delas, porque elas não merecem isso, são dignas de pena...
Tô naquela correria costumeira e mesmo assim te encontro em vários momentos do meu dia. Seja em uma flor, seja em meu coração impregnado de ti. Encontros felizes, respiro em meio a selva de concreto.
Esse dia que ta chegando, vou passa-lo todo fazendo arte. Sinto que, diferente das outras pessoas que enxergam na arte uma fuga, encontro na arte o momento em que me lembro que existo, sei que é tudo que me faz sentido. Eu em "arte" simplesmente sou. E é maravilhoso. Parece que de certa forma fico mais próximo de ti e de quem eu amo. Laços de amor. Mas isso já sabias não é mesmo?
Será que te encontrarei nesse dia?
Não existem telefones por aí, mas será que há barcos, carros ou algum meio de transporte que possa te trazer até aqui? Só por alguns instantes... Esperarei...

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Daqueles gritos na imensidão #4...

Esta noite sonhei contigo. Não consigo lembrar de muitos detalhes, mas sua presença era forte, palpável, real... Acordei e envolto no torpor de despertar, pensei que queria te ligar para conversar. O choque de realidade foi tamanho ao me deparar que, aí onde estás não há telefones. A realidade do mundo é muito severa, prefiro minha realidade onírica, onde encontros são possíveis, onde a saudade se dissolve no simples desejo concreto de reencontro. Queria que minhas palavras fossem mágicas. Quem sabe assim eu pudesse te sentir assim pertinho de mim. Outro dia, um dia que tirei para descansar, assisti um programa na TV, e escutei a frase: "Vocês falam muito das perdas, mas na verdade não perdemos ninguém, estamos impregnados com as energias daqueles que amamos". Fiquei pensando muito nisso. Sabe, eu nunca me contentei com pouco, e pra mim, a certeza de que estou impregnado de ti, alimenta a saudade por não ter-te aqui ao alcance da mão. Eu estou tentando viver, que seja por aparências, mas isso me exauri demais. Pensei muito e não consigo entender o porque.
Deves saber das correrias que tenho passado e dos apertos que assolam meus dias. Queria saber o que pensas, porque faz falta não ter com quem falar. Então grito na imensidão.
Estou atento aos pequenos detalhes, atento as pequenas coisas que me mostram que vale a pena, e reconforto-me na ideia de que mandas-te-as como uma mensagem, de que estas aqui. Mensagens que precisava ouvir. Loucura ou não, isso tem me servido como boia salva-vidas. Ainda mais agora que estou a deriva.
Ninguém se importa.
Aliás, quem realmente se importa está tão pior quanto eu. Os outros? Preferem alguém constantemente feliz e liberto de problemas, ou ainda vestem a máscara da caridade, só para ajudar quem lhes dê algum proveito em troca, se você não oferece algo pela caridade, é descartado como "orgânico" ou "reciclável". Mas nada do que eu já não sabia.
O clima aqui tá mais inconstante do que nunca, assim como as relações humanas. Coincidência? Vai saber... No momento está relativamente quente, vou preparar o café de sempre e fazer pequenas coisas para adiantar meu trabalho. Quando tenho uma brecha, me pego pensando em ti.
Escolha minha sofrer? Acho que não, porque na verdade eu só estou dando vasão ao sentimento, eu só estou deixando a cachoeira transbordar. Se ficar guardando pode fazer mal.
Tá chegando meu dia... Mas não to no clima... O que está me reconfortando é que estarás comigo, sei que na hora certa, quando a lembrança for bem forte, vou poder fechar os olhos e sentir seu abraço. Meu maior presente nesse dia.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Daqueles gritos na imensidão #3...

Talvez se eu tomasse uma taça de vinho, aditivada com uma poção fulminante, eu consiga me libertar definitivamente. Procuro pelas ruas sinais de bem, caminho por entre as incansáveis luzes ofuscantes desejando mais, porém minha mente cansada não consegue enxergar nada além de pequenos fragmentos de luz que se distanciam. Distância.
Depois de muito tempo recebi uma mensagem positiva, me mostrando que talvez houvesse chances de meu sonho ganhar forma, vida, mas, como ultimamente tudo tem sido uma interminável sucessão de perdas e desgostos, esse pequeno fragmento luminoso e esperançoso se apagou.
Hoje, pelo menos, senti fisicamente meu coração batendo. Sinal de que essa merda toda ainda não acabou. Quero algum sinal, algum atalho, algo que me mostre que tá valendo a pena ficar aqui nessa inconstante montanha russa que se desloca somente para baixo.
Pena que eu sou, como dizem por aí "certinho". Também pudera, com tudo dando errado, se eu também fosse errado estaria num desequilíbrio gigante. Ser "certinho" meio que equilibra. Ou talvez eu esteja me enganando. Tipico.
Tudo tá perdendo o sentido, tudo tá ficando desfocado, tudo está se tornando um enorme "NADA". Eu juro que estou tentando, só que chega num momento que a gente não aguenta e simplesmente... Assim como fizestes. As pessoas se ferem, se criticam, se julgam, não pensam no bem dos outros, e até a corrente mais forte, pode quebrar quando banhada em ácido corrosivo. E ninguém faz nada. Todos sentam em seus próprios rabos e reclamam, falam mal, mas ninguém toma iniciativa e muda. Será que eu me tornei um deles? Mas eu nunca me contentei ou estagnei. Eu sempre busquei ser o melhor de mim, sabes disso. Mesmo que essa busca tenha me levado para longe, longe de tudo, inclusive de mim.
De que me adianta viver se não posso fazer o que amo? Não tenho conseguido ajudar ninguém. Desde que viajastes, a princesa e a rainha tem duelado o tempo todo, tem sofrido o tempo todo. Eu desejei que aquilo que as aflige viesse de forma certeira até mim, mas parece que não foi o bastante para ajudá-las.
E como tens passado? Como são os dias ai? Espero que não tenhas me esquecido...
Não tenho com quem desabafar, por isso mantenho meu ritual de escrever-te, para quem sabe, possas rezar por nós. Te amo muito, viu? Se puder, me responda em breve.

domingo, 18 de outubro de 2015

Daqueles gritos na imensidão #2...

Teve mudança do horário de verão, e junto com ela uma mudança na temperatura. 10°. Tá frio. Assim como tenho me sentido nestes últimos dias. Troquei a valsa triste de meu rádio por uma outra música mas sem muito sucesso.
Queria poder te ligar para contar da boa notícia chegada nas asas de um beija-flor, com uma mensagem de que ainda para mim, não acabou por completo o sonho. E eu pensei em seu nome.
Sei que deveria estar feliz, porém o frio tem me prejudicado. Será que eu deveria ter vergonha? Tipo vergonha de mim? Entre tantas idas e vindas, achei que essa nodoa havia cicatrizado, mas parece que não. É muito desesperançoso você estar andando e perceber que aqueles que te acompanham tem vergonha de quem sou. Você andar entre toda aquela gente e não ser se quer notado ou apresentado. E toda a situação transcorre como se nada fosse, como se ninguém tivesse notado minha existência, e ai dói mais e mais. Sinto vergonha de mim. Talvez seja assim mesmo que eu deva me sentir, afinal, se aqueles ao meu lado se portam dessa maneira, de que forma eu deveria me portar? Seguir meu coração não está mais em pauta, porque temo ficar só. Amar está ficando em segundo plano, talvez terceiro porque tudo que amo se vai, enquanto eu fico aqui, só. O que pensas disso? Estou invisível. Assim como sua presença.
Recolhi-me ao mundo imaginário, onde minha vida seria colorida e musical, e vivo nele parte do meu dia, assim consigo suportar o peso da existência. Peso de uma existência invisível. Não deveria ser leve? Acho que não, afinal essa vergonha, essa frustração e decepção têm um peso muito maior do que tudo que já carreguei. Porque eles tem vergonha de mim? Por que me ignorar dessa forma explícita? Está ao meu lado conversando e em seguida conversa com outra pessoa e me anula? Nunca tinha me sentido assim. Sabes que nunca tive vergonha de ser quem eu sempre fui. Mas agora sinto. Repenso minhas roupas, meu cabelo... E não agrado a ninguém. Nem a mim mesmo. Desgosto.
Fiz café agora, sentei-me enrolado no cobertor, mas não me aqueço porque o frio é dentro e o café esfria quando o bebo. Mas não se preocupe, eu não vou explodir por hora. Chorar camuflado pelo chuveiro, ou abafado pelo travesseiro, têm bastado até então. Escrever para ti também me ajuda. Mesmo sem respostas concretas.
Outra noite sonhei com seu abraço. Foi tão reconfortante e real que acreditei que toda a vida até então tinha sido uma sucessão de sonhos ruins. Mas mal falaste comigo. Logo despertei e me vi aqui, vergonhoso e friorento. Conformo-me.
Antes de terminar mais este pedaço desse império de palavras que construo, queria dizer que esses dias ouvi uma frase que me fez refletir: "Amar é um verbo sem passado". Sim. O amor não passa, o que passa é o tempo. O amor não separa, o que separa é a distância. O amor não machuca, o que machuca são aqueles que não amam. O amor é eterno, o amor que te devoto têm sido a boia salva-vidas que me mantém na superfície da existência.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Daqueles gritos na imensidão...

Talvez seja por causa dessa valsa triste que constantemente toca no meu rádio, ou quem sabe sejam os dias que tenham perdido o seu brilho. Não sei. Tudo tem estado menos feliz, menos colorido desde que viajaste. Por isso te escrevo, porque sei que na internet, aquilo que postamos é como um grito na imensidão e quem sabe ele chegue aí. Já não consigo mais passar um dia sem chorar. Choro escondido porque não existe ninguém que possa entender essa dor que rompe meu peito e que aumenta minhas rachaduras na alma. São muitos os kakinhos. Tanto craquelado em uma pessoa que achou que tinha o mundo nas mãos. Eu queria saber como chegar até ai para poder te ouvir sorrir, nem que fosse por trinta segundos. A minha comida perdeu o gosto, nas inúmeras tentativas de acertar o sabor exato da sua. Parece infantilidade, né? Eu ontem mesmo tentei não pensar nisso, mas a dor e a saudade são constantes para mim. Não tenho com quem falar. Não tenho com quem desabafar. Então grito no vazio. Estou amortecido, como se estivesse sob efeito de um forte tranquilizante. Drama? Não sei. Só queria me sentir vivo.
Será que vale a pena? Todas essas escolhas estão me levando para o caminho certo? Não tenho mais certeza. Quis muito viajar e ir até ai. Não me conformo. Esses dias eu me peguei pensando em tudo que tem acontecido e queria muito saber o que tens a dizer. Me conheces bem. Porque todo esse turbilhão? Será que está certo? Durmo com as incertezas velando meu sono, com um desejo forte de que isso seja pesadelo. Mas não é. Ou quem sabe a realidade seja um pesadelo e quando acordamos em fim, vivemos um sonho. Tá doendo. Acho que estou virando água.
Será que sabias que estávamos ao seu lado? Será que me reconheceste aquela tarde? Lembra que sentamos juntos e que eu lhe abracei e disse que te amava contendo minhas lágrimas? Quando o pesadelo começou não quis ficar ali porque eu não tinha força, não porque não a amo. Mas como eu poderia?
Estou aqui agora. Com algumas dores musculares a mais, com poucos quilos a mais e com a cabeça mais confusa do que antes. Cego para algumas coisas, enxergando em excesso para outras.
Será que recebestes minhas outras cartas?
Vou continuar tentando.
Meu amor nunca ira diminuir, só vai doer eventualmente.
Rezo para que estejas bem, feliz, como sempre me ensinaste a ser.
Te amo.

sábado, 18 de julho de 2015

Desabafo...

Não estou me reconhecendo por esses dias. Acho que esse processo de conhecimento do meu 'eu' está me deixando um tanto sem chão. E sem o chão? Caímos? Não se estivermos com a nossa fé fortificada. Eu que sempre fui aquele que tomava a dor dos outros como minha, e fazia de tudo para que os outros seguissem no caminho certo, e que não entendia as questões alheias, tenho me encontrado com um novo 'eu'. Porém, com esse processo de auto conhecimento, ou reconhecimento, estou percebendo demais seres e criaturas de uma forma muito diferente. Seus matizes assumem outro tom, suas melodias outra nota e tudo fica um tanto quanto caótico e harmonioso ao mesmo tempo. Acho que isso é bom.
Eu vejo o mundo de outra forma. Sim isso eu já sabia, só que agora ganho uma consciência levemente mais elucidada. Tentar entender o próximo. Respeitar o livre arbítrio. Permitir que o outro erre, para poder aprender e evoluir. Não é uma questão de ser um espectador imóvel dos erros alheios, mas cada um sabe da sua vida, cada um é responsável pelas suas escolhas. Aprendi que eu posso indicar um caminho para alguém, porém, não posso trilhar esse caminho por ninguém. Assim como a mãe pássaro que ensina seu filhote como ele pode deixar o ninho, ele observa o alçar voo de sua mãe e tenta aos poucos sair do ninho e ganhar os céus. Em nenhum momento a mãe pássaro segura as asinhas de seu filhote e voa por ele. E assim temos que fazer em nossa vida, seguir nossos caminhos fazendo as melhores escolhas, observando e aprendendo, assimilando conhecimento e transformando em sabedoria.
Mas... Tu cumpre o que tu rezas?
A maioria das pessoas que eu encontro não. Até onde o seu ego e desejo de realização pessoal está interferindo na vida do outro? Quem somos nós para carregar a cruz do outro se nem damos conta da nossa própria?
Insistir em uma ostentação puramente por status ou ainda 'forçar a barra' em determinadas situações para você parecer o que você gostaria de ser é totalmente infrutífero. Mas, veja bem, eu não estou aqui dizendo o que deve ser feito, ou ainda, que eu estou certo. Muito pelo contrário, eu erro pra caramba. Só estou escrevendo com base nos ensinamentos que tenho recebido e na minha nova forma de observar o mundo.
Qual é a nossa verdade? Em que acreditamos? Porque acreditamos? Porque estamos sofrendo? Sim essa última é a pergunta mais difícil de ser respondida. Ou não.
Nossa vida pode ser comparada a trajetória de um rio. Ganhamos a vida assim como uma nascente frágil e vamos seguindo nosso caminho. Alguns afluentes surgem para nos deixar mais fortes, assim como nós muitas vezes nos desmembramos para que outros rios se tornem fortes. E isso acontece de forma natural. Se você tentar mudar o rumo de um rio o que acontece? Ele pode secar, ou ainda secar seus afluentes ou ainda se isolar em um lago e nunca cumprirá seu propósito na vida.
Talvez seja difícil de entender, eu sei, porque no começo foi difícil para mim. Porém, me indicaram um caminho e estou seguindo nele. Não sozinho, atrás de mim os meus afluentes me acompanham, contudo quem assume a liderança da minha vida-caminhos-escolhas, sou eu.

terça-feira, 5 de maio de 2015

33 coisas que vocês poderiam morrer sem saber...

Estava hoje lendo o blog de uma pessoa linda e que eu considero pra caramba (Ana Bussular) e achei fabuloso esse questionário, até porque, como estou nesse momento de descoberta, ou reencontro de mim, achei deveras importante eu também responder esse questionário. Quebrando a minha rotina de postagens proseadas, com metáforas, desabafos, enfim aqueles textos aviadados que escrevo, farei algo mais objetivo. Quem quiser me conhecer um pouco mais, fique a vontade, só não sei se você vai gostar... hahaha

1. Porque você costumava levar bronca quando criança?
Não levava bronca. Morra de recalque, tá meu bem?! Falei com minha mãe agora, porque eu não lembrava de broncas quando criança. Parafraseando minha mãe "porque você quer saber isso agora? Não entendi... Mas enfim, você nunca levou bronca quando era criança... Agora depois de grande..." (GOMES, Mirian Silvia)

2. Quando foi a última vez que você saiu sem rumo?
Gosto de sair sem rumo, mas toda vez que faço isso, ou eu acabo comprando comida e comendo feito uma porca na engorda, ou compro coisas para mim ou para minha casa. Mas a última vez que fiz isso de sair sem rumo, eu tava muito triste, tava no velório da minha avó, o ser que eu mais amo na face da terra. Eu tava chorando e quando me vi estava no meio do cemitério, e não lembrava como eu tinha chegado lá, mas dai olhei para o lado e ví a lápide do meu pai, dai chorei mais. Enfim, sem glamour ou compras.

3. Três objetivos para o seu futuro...
Quero muito trabalhar nos palcos, interpretando grandes musicais, foi para isso que eu estudei e me especializo. Poder viver confortavelmente em uma casa minha, com meu carro e um salário bacana. Poder cuidar e viajar e ser feliz com minha família e amigos. E, só mais um objetivo/desejo, espero que aquele que falam mal ou querem me fazer mal, sejam melhores e sigam bem suas vidas.

4. O que você encontraria se abrisse a geladeira nesse exato momento?
Ai que íntimo isso... Bom no momento, Pepsi (sim eu amo pepsi, me julguem) Danoninho, queijo e peito de peru, tapioca, ovos, manteiga, requeijão tradicional e com ervas finas (beijo pro recalque porque sou rica), brigadeiro, leite, iogurte...

5. Qual tecnologia ocupa mais seu tempo?
Cartas manuscritas (hahahahahahaha to de brinks) Uso o celular e o notebook em proporções parecidas. Gosto também de assistir TV.

6. Uma coisa usada que você comprou...
Olha, eu nunca comprei algo usado. Mas já ganhei coisas usadas a última foi uma TV 29".

7. Qual a primeira coisa que você faz ao acordar?
Acordar em que sentido? porque eu "levanto" cedo, mas acordar, acordar mesmo só depois das 10. Tudo que vem nesse meio tempo parece um sonho, onde eu fico olhando para o vazio até criar coragem de levantar e ir me lavar e tomar café, daqui quando crio coragem reclamo e fico de mau humor por ter criado essa coragem. Sigo a vida.

8. Do que você precisa nesse exato momento?
Café, sempre preciso dele heheheheheh... Mas no momento? Comer, amar, rezar, tomar banho e dormir.

9. Qual foi a última coisa que você leu, ouviu ou assistiu que te inspirou?
Se esse questionário conta, minha linda e querida amiga AnaBu me inspirou a escrever ao ler esse questionário no blog dela. Estou lendo algumas coisas,  Aruanda - Robson Pinheiro, uma revista com artigos sobre teatro. Que eu tenha ouvido foram as músicas da Brunca Caram e da ALice Caymmi e a última coisa que me inspirou, não é bem "uma" muito menos "coisa", mas as minhas meninas (Amora, Danielle e Ana) que fazem parte de um projeto de teatro físico que ministro, me deram muito material criativo que me inspirou a escrever.

10. Um souvenir que você comprou ou ganhou...
Um cordão com uma pedra roxa que minha amiga Amora me deu.

11. O que te deixa estressado?
Pessoas que falam mal das outras e que não sabem viver suas vidas, que não tem amor próprio e ficam prejudicando as demais. Pessoas que são vazias e fingem se importar com as outras pensando somente em ganhar território. Tipo, gente, vamos refazer nosso templo interior, vamos cuidar cada um da sua vida e buscar sermos pessoas boas, sim?

12. Já morou em outro país além do Brasil?
Não. Mas to super afim e aberto a convites.

13. Você tem tatuagem?
Não.

14. Qual foi a última coisa que você pesquisou no google?
O texto "o quatrilho".

15. Qual sua maneira de ser egoísta?
Eu não sei, to trabalhando isso. Eu dificilmente me vi sendo egoísta...

16. O que demora demais?
Para algumas pessoas encontrarem a dignidade e o respeito que elas perderam.

17. A última vez que você ficou acordado a noite toda...
Na última noite com minha avó.

18. Qual comida que todo mundo ama mas você odeia?
Olha eu não como várias coisas que as pessoas amam/gostam. Carne de porco, alguns legumes e verduras...

19. O que você está vestindo agora? O que essa roupa diz sobre você?
Saruel de moletom cinza, bem larga e quentinha, camiseta básica decote "V" na cor preta e um par de meias na cor amarela. Hoje eu estou prático e confortável, porém sem perder a sensualidade chic habitual que eu tenho. 

20. Já fez amigos ou se apaixonou por alguém que você conheceu pela internet?
Será que preciso mudar o TOM agora nessa resposta? SIM.

21. O que te faz perder o sono durante a noite?
Ansiedade! Principalmente antes de estreia de algum espetáculo que dirigi. Ou quando estou com mil ideias na cabeça. Porém amo dormir.

22. Qual foi a primeira coisa que você comprou com o seu dinheiro?
Com meu primeiro cachê como ator, foram dois celulares, um pra mim e outro para minha irmã. Com salário? Bom, acho que foram roupas para mim e pra família. Comida também está na lista.

23. O que tem na sua prateleira?
Muitos livros, Perfumes, meu altar, cds e dvds...

24. Como você se acalma depois de um dia estressante?
Danço e canto. Tomo banho bem relaxante.

25. Escreva sobre algo que você quebrou...
Quanto eu estava na faculdade, durante uma aula de dança, estávamos trabalhando saltos e giros. E eu ia muito bem e a profe Iva tinha me elogiado e eu sai serelete e fagueiro feito uma gazela alada pela sala. Lógico que eu fiquei tonto. Lógico que eu me desequilibrei. Lógico que tentei não cair no chão feito um saco de cocô. Para isso achei prudente apoiar meu calcanhar no espelho da sala. Prudente porém insensato. Mas os dois lados bons, 1 - não sangrei até a morte e 2 - era o segundo espelho que eu quebrava, logo quebrei, literalmente o mito...

26. O que você mais gosta de comer no café da manhã?
Geralmente só tomo café com leite.

27. Como quer que sua vida de aposentada seja?
Repleta de lembranças dos trabalhos que encenei, dos amigos que eu fiz, viagens e tudo de mais feliz que eu cultivar, com as pessoas que eu amo por perto, e possivelmente filhos e netos também.

28. O que você leva em consideração ao votar num partido político?
Analiso a plataforma política, principalmente a parte de apoio e incentivo à cultura, afinal um país não se faz somente com edução e saúde, a cultura tem um papel fundamental na formação do ser humano.

29. A religião é um fator importante na sua vida? Por quê?
Acredito que a fé seja algo importante, porque você acredita naquilo que te faz sentir bem, naquilo que você acredita te deixar mais perto do Divino. A religião é algo criado pelos homens para justificar aquilo que eles não tem explicação. A religião infelizmente está desvirtuada e as pessoas acabam impondo suas crenças como verdades absolutas, mas como ser verdade absoluta algo criada pelos homens? Tenho fé e acredito em deus da minha forma. Eu sou da umbanda, eu rezo, trabalho meu templo interior e acredito sim em deus. Se deus está em mim, eu recrio esse templo interior, se Ele está em mim, também está em você, então eu respeito isso. 

30. Como está sua casa agora, limpa ou suja?
Limpa. Herdei da minha mãe um leve TOC de limpeza. Limpo a casa quase 3 vezes por semana. (meu quarto pelo menos)

31. Você não economiza quando o assunto é...
Comida. E quando são coisinhas para mim, tipo livros, roupas... Mas estou em processo de auto controle.

32. Você separa o lixo para reciclagem?
Meu prédio não tem coleta seletiva, mas sempre que posso faço a separação sim.

33. Sua sobremesa favorita?
Qualquer coisa com chocolate. Amo chocolate. E café.



quarta-feira, 29 de abril de 2015

Quem sou eu...

(18h24, ouvindo "A paz do fim" de Ana Larousse)
Quem sou eu?
Quem sabe seja bacana eu pegar uma xícara de café...
Ok... Vamos lá.
Quem sou eu?
Boa pergunta. Estou em constante evolução e consequentemente meu eu se muda, se recria, se transforma. Mudei bastante no decorrer das estações. Estou mais maduro, quem sabe pronto para ser colhido do pé da árvore chamada Vida.
Talvez você não consiga me enxergar direito porque os matizes tomaram outro Tom. E também pudera, ficar estagnado não é comigo. Ainda mais eu, esse furacão luminoso e amarelo. 
Sinto um pouco de saudades do pequeno príncipe sorridente e esperançoso que eu fui um dia. Mas crescer é uma coisa que dói, ainda mais pelas escolhas que temos que fazer. Umas nos ensinam por termos acertado, ou por serem boas; outras nos ensinam pela dor, pelo erro. Tentativa. Erro. Tentativa. Acerto. Perdas.
Eu me perdi no caminho, por escolha minha, por comodismo. Me anulei. Me deixei embriagar pelo veneno das pessoas e tentei realmente calar quem eu era por necessidade de ser aceito, de ser eleito, de ser aquilo que vocês queriam que eu fosse. Mas como eu poderia ser aceito se eu não me aceitava? Como seguir sem me reconhecer? Como eu me transformava e o resto do mundo permanecia igual?
Então tudo começou assim, de supetão! Eu me vi sozinho com um eu que eu não reconhecia. Apagado por aquela multidão. E meu sorriso?
Sempre tive em mim um amor muito grande e uma necessidade de amar e transmitir esse amor para todos ao meu redor. Sempre ajudei a todos e isso me fazia bem, mas dificilmente recebia algo em troca. Eu aprendi muito com meu erro, mas poxa vida, eu poderia ter aprendido de outra forma! Enfim.
Minha fé aumentou. Hoje me sinto muito mais forte religiosamente do que antes, porque encontrei o divino (chame de Deus, Buda, Oxalá, Cosmos...) mas o encontrei dentro de mim. Reforcei as paredes do meu templo interior e descobri o amor. Amor próprio. Como eu poderia querer amar os outros se eu não sabia como me amar? Estou aprendendo. Além disso, passei a entender mais o porque do mundo e das pessoas. Me respeito mais e sei respeitar o tempo e as escolhas dos outros e não me abalar por isso. Tenho fé. Tenho Amor. E com isso ganhei grandes presentes. Suponho que sejam anjos disfarçados, mas nunca vou perguntar a verdade porque provavelmente eles não poderão me revelar. Meus anjos particulares, que, pela primeira vez na minha vida mostraram-se importar comigo. Minha família se importa, sabe? Mas eu nunca tinha experimentado de verdade o que seria essa troca de sentimentos verdadeiros, sem cobrar nada, sem exigir nada além da felicidade, do bem e da alegria de cada um. Meus anjinhos.
Nesse meu intervalo entre eu buscar a minha independência e sair de casa para seguir atrás do meu sonho, passei por tanta coisa... E acho que a pior delas foi a perda. Hoje, eu caminho mais sozinho porque o meu grande amor, a pessoa que eu mais amei e que mais me amou, que mais me ensinou e que fez de tudo para que eu fosse quem eu sou hoje; agora está lá no céu com papai do céu, me protegendo de longe. E mesmo eu aqui sozinho, sentindo em ocasionalmente o calor do seu abraço, ouvindo o som do seu sorriso e sua voz tão doce, tento vencer mais uma vez a dor e seguir, afinal é isso que a senhora quer, né? Mas se eu pudesse por um instante tê-la aqui, para falar desse amor todo que eu tenho e que agora transborda de mim em lágrimas... Acho que esse meu relato acabou sendo meio confuso, odeio escrever em fluxo contínuo, mas acho que assim ele fica... Sei lá... Bom? Sentimental?
Sim sou sentimental e sempre serei. Continuo sensível. Continuo amando Teatro, dança e canto. Porém agora busco me importar com a inveja e as maldades das pessoas equivocadas e que tentam marionetizar tudo ao redor. Estou aprendendo a rezar por elas, afinal estamos todos nessa vida para evoluir.
Estou evoluindo.
Sou esse menino que ama demais, que se doa demais, que Arteia demais, que cuida demais de si mesmo e dos outros e que, sim, ama muito tomar café. Amo amarelo também. Escrevo para me entender melhor. E vim para esse mundo para ser Artista. Adoro ver o crescimento de quem me rodeia, e cuido dos meus amigos. Reciprocidade! Gosto de chapéu, tenho brincos e dois piercings...
Se você não me reconhece, talvez seja porque estou assumindo as rédeas da minha vida e buscando entender os porquês de tudo e de todos. Sou comporto de urgências, mas consigo ter controle delas. E o mais importante, estou aprendendo a confiar mais em mim. Esse sou eu. Decifra-me ou devoro-te? Não... Não ou te devorar, mas tenho certeza que você vai querer muito me decifrar... Será?
Eu sou assim, agora pelo menos... Quem sabe amanhã? Só sei que quero evoluir e sempre buscar o caminho do bem, da verdade e do amor, para que meus sonhos-flor tornem-se frutos e eu possa provar o sabor deles!
Você quer me conhecer, ou, me reconhecer? Então me deixa te encantar e seja recíproco.



Rabiscos...

Sirva-me por favor, aquela dose urgente e embriagante daquilo que tanto almejo. Não quero ficar sóbrio hoje, porque a sobriedade trás com ela as sombras, monstros e uma torturante visão opaca do mundo. Quero uma dose grande e extra forte. Quero me ver forte e bravo, mas honestamente tem sido difícil. Aquilo que me era certeza, nesses dias de clima inconstante tem se mostrado seco e infrutífero. Desgosto. Eu a cada dia desejo algo que possa me fazer sentir inteiro, algo que seja capaz de me preencher, algo capaz de me curar dessa enorme falta que sinto. Mas não consigo. Quando somos crianças, parece que o tempo não passa mesmo desejando que ele passe logo. Então, de um dia para o outro temos 50 anos e tudo que sobra da infância é um retrato em preto e branco. Saudade. Talvez seja disso que eu venha buscando, quem sabe seja esse sentimento que eu queira que preencha o meu corpo.
Eu levanto todo dia e lamento estar na realidade porque com ela aparecem todos os meus monstros e medos, tudo aquilo que tanto me faz mal. Todo dia me vejo num dilema crucial e só me resta o conformismo do meu suicídio particular, quando eu me anulo. Sinto falta da infância. Mas você nunca me entende, não é? Você não me enxerga e nem pode me ouvir. Você só consegue projetar em mim a imagem ideal daquilo que eu jamais vou querer ser. Você lança em mim a sua dor como se eu fosse culpado das mil mazelas que te atormentam. Quem sou eu? Sou uma pessoa com sonhos, desejos e urgências, ou sou somente aquilo que você almeja?
Isso me deixa com muita raiva! Me enfureço e recorro aos meus improvisos emocionais desejando que você consiga me ver como eu sou. Mas logo abandono a raiva, porque, sei que a raiva é um sentimento raso de uma mágoa mais profunda. Fazes-me falta. Falta daquilo que fomos. Daquilo que por um breve lampejo desejei que fosse eterno. Eu sou eu, e não o que você quer! Eu mudo, recrio e transformo-me. Sou quem eu realmente sou, cego aos seus olhos limitados. Eu arrisco sem medo e me lanço ao novo. Porque isso tinha que acontecer? Porque temos que perder? Porque viver em um ciclo dilacerante de dor e perdas? Minha avó sempre dizia: "a gente risca, o destino vem e rabisca". Estou tão rabiscado que nem sei mais onde começa o rascunho de mim.
Enquanto isso preparo mais uma dose forte, porque seu cheiro me lembra de casa, me lembra de coisas bonitas e de amor, e por hora isso basta para me manter vivo. Aceita uma caneca?

quarta-feira, 18 de março de 2015

Desejo...

Dizem que o fogo purifica... Então pelo fogo vou purificar o sentimento que por tanto tempo me alimentou. São mil as histórias que posso contar que tomariam um dia inteiro e ainda não teriam se findado. Naquela carta incerta, que repousa em meu baú, jaz o derradeiro sentimento expresso em palavras, e que quiça seja a única vez que tenha sido expresso.
Sentei-me com minha irmã e conversamos por horas sobre coisas da vida, até que casualmente isso veio a tona. Tomamos café e debatemos as possibilidades de ser ou não ser, e eis que surgiu a questão. Será que vale? Tantas palavras foram ditas, criadas e recriadas para contar, que não caberiam em um dicionário. Quem sabe um livro, ou uma trilogia? Assim poderia deixar tudo guardado dentro do baú para quando o tempo tiver corrido e a idade já estiver pregando peças a minha memória, eu ter a lembrança impressa de parábolas da minha juventude.
Pois é... Talvez eu guarde a trilogia. Mas preciso me livrar de algumas coisas, e só o fogo poderá purificá-las para que nada de ruim reste.
Desse modo só me resta que a senhora dona do fogo, purifique e descarregue esse sentimento para que o mal não seja mais feito, para que o escuro se ilumine por suas chamas e que a justiça possa se fazer presente pelos caminhos.
Se Oroiná me der sua bênção, me permito a purificação. Que as chamas se propaguem pelo ar e consumam todo esse excesso emocional, para que o desequilíbrio não consuma o que restou.
Fogo.
Calor.
Luz.
Renovação. É o que desejo a mim nesse momento. O bem, é o que desejo a você. 


quarta-feira, 4 de março de 2015

Daquelas que jamais serão entregues...

E como uma vela que se acende, a nossa jornada nessa vida começa. A única certeza que temos é a de que um dia essa chama vai se apagar. Muitos demoram para se acenderem e cumprir a sua função nesse mundo, outros jamais vão sequer se acender e permanecerão na gaveta da vida ou somente sendo um enfeite para os outros. Fico grato que minha chama esteja acesa, embora mais fraca do que antes, porém com muitas lembranças luminosas para repartir com quem as quiser ouvir. E posso dizer que certamente a maior de todas foi a de ver outras velas se encontrarem em sua função, e melhor ainda, saber que elas permanecerem acesas. Nesse tempo de luz, descobri o quão importante é a união, a fé e o amor e que todos juntos somos fortes. Se eu estiver só posso ser apagado mas se ao meu lado tenho um amigo, nossas forças se juntam e assim conseguimos suportar os furacões sazonais da vida. Isso é muito clichê ou brega, mas afinal de contas viver é um clichê muito grande, pois tudo que manifestamos com sentimento verdadeiro acaba se tornando clichê ou brega para os outros. Olha lá esse blá blá blá de poesia de autoajuda. Mas o que eu quero realmente dizer é que não basta somente estarmos cumprindo as nossas funções nessa vida se não temos o alimento necessário e a força para seguir em frente. E "como um animal que sabe da floresta, redescobrir o sal que está na própria pele" e que "nosso suor sagrado é bem mais belo que esse sangue amargo"; tudo começa e termina em nós e se sabemos que nosso esforço em busca do que amamos é melhor do que uma vida de sofrimento, por isso desejo que todos sejam capazes de se redescobrir a cada dia, encontrando a força necessária para compor esse espetáculo que é viver. Saibam que é difícil e as vezes cansa essa vida de artista, mas cada vez o prazer é maior! Arteiem, porque a vida passa, e, se ela passa melhor que passe fazendo o que amamos alimentando a chama da nossa vela; e olha que no mundo dizem que são tantos, mas poucos suportam. E essa luz eu sei que queima forte em vocês. Então, sigam iluminando tudo que for possível, não esquecendo jamais que para tocar a alma das pessoas, precisamos tocar a nossa própria alma antes e entender que tudo é nosso, somos a semente, ato, mente, corpo e voz! Sigam meus pequenos. E se precisarem um dia, eu sempre estarei aqui. Obrigado por me deixarem fazer parte de tudo isso porque sem o talento de vocês o meu estaria calado, eu não seria quem eu sou hoje. Honra e gratidão e algumas lágrimas de alegria por ser parte desse dia.

sábado, 31 de janeiro de 2015

Carta...

Quando a gente perde o chão? o que fazer? sem o chão a gente cai, e cai até onde? será que eu devo aceitar a queda livre assim sem lutar? Hoje sim. Hoje eu aceito aquilo que vem sem medo do que pode me acontecer, já que tanto tempo eu cuidei dos outros e esqueci de mim. Eu me dou esse luxo. Um amiga minha uma vez me disse que as coisas ruins acontecem em nossa vida para nos abalar para que possamos seguir em frente, e é isso que eu quero agora. Mas não veja isso como um derrotismo ou estagnação, porque se eu pudesse correria em direção ao meu sonho, mesmo que isso me custe morrer no caminho. Mas até que é bonito isso, morrer correndo atras de um sonho que nem sequer se realizou, mas valeu pelo vislumbre de uma vida cheia de tudo aquilo de bom que a gente sempre quer. Se eu pudesse hoje eu morreria. Agora mesmo. Mas eu não quero a morte, quero a vida, quero fazer tudo aquilo que eu sempre sonhei, e melhor, quero realizar tudo, tudo, e não vou me contentar com menos do que a felicidade. Embora eu ainda não consiga compreender esses caminhos e pessoas tortuosas, vou seguir. Porque tudo que eu quero nesse mundo é encontrar a paz do fim, e lá eu sei que vou poder enfim tomar um café a dois. Estou cansada de tudo isso porque é o dito por não dito. Eu falo por escrito e rogo que me ouçam por favor, quero encontrar meu centro, ter discernimento do que pertence a mim, pois toda a minha sorte é vento sobre areia e quando bate um vento forte não posso me perder. Eu sai pra me encontrar e com isso eu entendi que esse é o meu lugar, minha vida e a minha razão de estar. Eu me machuquei muito e errei muito também, mas estou disposta a sem bem melhor. A partir de hoje será muito bem vindo qualquer sorriso, qualquer expressão de amor que seja capaz de construir, porque cansei de ver amores destrutivos.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Colorir...

Eu não consigo dormir, esperando, esperando, esperando... Passa o dia eu eu me entrego as incertezas que eu já havia esquecido que uma vez senti. Disfarço minha dor, convertendo em cores no papel cartão. Eu queria entender porque motivos eu desejo tanto que você se perca nas minhas fronteiras, como se buscasse encontrar uma fresta de amor, um vestígio de cor pra se pintar de mim. Despe-se da dor, se aprume e vai, eternize em canção ou em quadro o que você mais desejar e me diga o que é. Enquanto isso eu fico aqui ensaiando cenas de um futuro imaginário colorido de aquarela, com traços e linhas que de forma improvisada compõem esse quadro emocional. E eu sigo pondo o rosto de sorriso.
Sou assim, o que posso fazer? Alma inquieta que dança nos limites do meu corpo, e transborda em palavras escritas para materializar os sentimentos guardados em mim. Quem sabe eu possa falar para você e melhor, você consiga responder que sente reciprocamente esse amor colorido e que quer dançar e colorir a vida comigo... Ou  se não for nada disso, tudo bem, deixa pra lá. Mas me diga alguma coisa sobre tudo antes que o cinza fique maior que o céu sobre nós e só nos reste chorar.


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Verão

Nunca foi tão claro. Na verdade nem uma manhã de sol nos alpes andinos teria tamanha clareza como a que eu tenho agora. Na real está tão claro que eu preciso de óculos escuros no momento. Mas será que você também enxerga? Ou será que toda essa claridade está ofuscando a sua visão? Não sei. Queria poder contar para você da vista que eu tenho da janela, ou dos sabores que degustei aqui, mas a tanto que não tenho notícias suas que temo lançar no vazio as minhas palavras. Tenho medo de não receber notícias suas, que acabo me refugiando em minha mente criativa e crio e recrio cenas para o futuro que sonho para nós. Minha imaginação sempre foi o meu refúgio seguro, que cada vez mais prefiro o meu mundo criado do que a realidade fria e silenciosa em que estou. O que será que fiz ou deixei de fazer? Deveria ter lhe escrito mais para falar de coisas corriqueiras como o fato de eu amarrar fitas amarelas em árvores para marcar o tempo que estamos longe? Sim, aposto que você riria e me criticaria com sua afiada ironia costumeira e eu sorriria e me refugiaria como uma criança em teus braços. Mas tudo tem sido suposições imaginárias. Será então que tudo que vivemos não passou de imaginação? Quem sabe seja esse o motivo de eu não obter respostas de você. Então se eu inflar minhas palavras com todo sentimento que eu tenho em mim e pintá-las com a cor amarela mais luminosa que eu encontrar, elas cheguem a você e possam inspirar uma resposta que tenha sentimento e força para chegar até mim. Sonho, ilusão? Não sei direito. Acredito que seja sentimento mesmo. Então espero que nessa manhã, quando o vento tocar a sua pele você consiga decifrar a mensagem que ele carrega e possa, se você quiser retribuí-la. Enquanto espero, volto a amarar fitas amarelas, e desejar que essa claridade toda seja um bom presságio de que estamos no caminho certo para escrever o nosso felizes para sempre.


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

2015...

Ano novo não faz milagre, e nem tem poderes de transformar aquilo que você sempre desejou mas nunca foi capaz de lutar para conseguir. Pedidos e promessas são vagos se você não tem fé e não pratica sua religiosidade e bondade regularmente. É muito fácil pedir e esperar pelo que pediu e se revoltar quando seu desejo não se realiza.
Antes de mais nada, lembre-se que estamos num momento de reflexão, então faça isso! Lembre-se que ser feliz é difícil, se não fosse não teria graça viver... Não cometa os mesmo erros do ano passado, afinal precisamos aprender e evoluir com nossos erros. E antes de reclamar das coisas ruins que acontecem com você, saiba que elas acontecem por sua causa, única e exclusivamente, então se for reclamar, reclame consigo mesmo! Olhe para dentro de sí antes de olhar para fora da sua janela.
Faça o bem, seja uma pessoa do bem! Esse é o primeiro passo para buscar aquilo que você tanto almeja! Lembre-se que o amor maior e a divindade estão dentro de nós, nosso corpo é um templo! Cultive sua fé, plante uma planta, faça crianças, batalhe por aquilo que você deseja, brinque, escute música no volume máximo, dance, dê margaridas amarelas para as pessoas que você ama! Seja parte de algo maior, mesmo que você ainda não saiba direito o que é. Seja leve e seu ano certamente será melhor! Feliz Ano. Feliz 2015