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sexta-feira, 29 de abril de 2016

Daqueles gritos na imensidão #12...

Tenho repetido para mim mesmo que tudo vai ficar bem... Tantas vezes que já perdeu o sentido. Evitei por todo esse tempo te escrever, porém, em sonhos me lembras de que preciso mandar notícias. Sonho com a senhora e acordo com a sensação do seu abraço. Esses dias foram difíceis, muitas coisas ruins acontecendo e poucas boas para aliviar. Não entendo os porquês da vida, mas procuro fazer o bem e me manter equilibrado. Mas como suportar a jornada sem motivação? Como suportar o jogo entre eu e o mundo? Como falar meu texto se na plateia todos estão surdos?
Me sinto assim, como se a luz no palco estivesse apagando sobre mim, enquanto eu aos berros grito enquanto a plateia permanece absorta sem me ouvir. Me resta gritar na imensidão, porque sei que vais me ouvir. Não sou ouvido. Não sou levado à sério. Não se importam se eu estou sangrando. Em contra posição, o resto do mundo é ouvido, louvado e cultuado com fenética adoração.
Estou cansado de estar errado.
Será que nunca acertei?
Esses dias ouvi a frase "morrer é despedir-se dos outros. Viver é despedir-se de si todos os dias." E tenho me despedido... Todos os dias... E a cada minuto me sinto mais distante de ti e de mim e isso tem sido torturante. Mas talvez eu esteja me supervalorizando. Talvez eu esteja criando expectativas sobre mim, quando na verdade eu devo ser esse grande monte de nada.
Desde que partistes, levastes contigo a minha graça, a minha alegria, não por egoísmo, mas por seres aquela de onde tudo nascia, a musa que alimentava aquilo que talvez fosse arte em mim. Estou em ruínas... Parei de esconder meu choro, hoje eu me escondo para deixar chorar, para escoar essa dor que só cresce... Chove dos meus olhos o restinho de esperança cultivado no solo infértil do meu peito. Chuva fina e solene. E essa tem sido a rotina por essas terras... E a chuva vai continuar até que o sol volte luminoso e quente secando cada pedacinho de mim