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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Livro...

Era um dia corriqueiro, ela havia acordado com sua rinite atacada porém com uma cor de cabeça aguda que lhe fez ficar ranzinza logo ao acordar. Ela decide que apesar de tudo, da chuva que caia, seria bom levantar... "Espera aí... Chuva?!" Pois é, ela nem poderia ir à praia, sentar na areia e ler o livro que lhe acompanhava esta semana. Fez o café, bebericou preguiçosamente enquanto se as notícias lentas da manhã lhe atravessavam. Levantar, para ela, era ruim porque uma tontura incomum aparecia. Resolveu navegar pela internet para ouvir um pouco de música, mas a sugestão de músicas que o site apresentava parecia ter sido colocada ali para deixar ela nostálgica. E assim ela ficou. Saiu para ler quando a chuva passou, mas as palavras do seu livro pareciam estar escritas ali com o propósito de fazê-la lembrar. Voltou para casa, tomou mais um café. A cabeça ainda doía muito. Ela decidiu assumir que o restante do dia seria de neutralidade, que tudo que a atingisse não a afetaria. E segui assim. Mesmo as músicas daquela cantora estrangeira, não estavam nem chegando perto de seu intelecto para motivar uma memória emotiva. E nem queria. Mas quando aquela música, aquela que ela nunca mais ouviu, resolveu tocar, seu impulso foi de desligar o som. E assim o fez. Era noite já e ela decidiu que um bom banho frio ajudaria a esfriar o que quer que estivesse para surgir ali. Refrescada, sentou no sofá, jantou e zapeou os canais na TV. Estava tranquila, até sorriu com alguns programas que passaram, mas então... Em um dos canais estava passando um filme que lhe provocava uma dolorosa lembrança. Ela não conseguia se mexer. Seu rosto estava molhado enquanto ela assistia a cena muda que se passava. Nada mais existia a sua volta. Ela, que tentara fugir o dia todo daquelas memórias, estava agora submersa naquele mar. Só voltou a si quando soluços sacudiram seu corpo. "E o livro?" pensou ela. Todo livro merece um fim, mesmo que não seja o esperado. Ela sabia que não era como todos diziam "Deus é o roteirista da vida, ele tem nosso destino traçado... Ele escreve certo por linhas tortas." Bobagem, isso contradiz a ideia de livre arbítrio. Ela sabia que cada um é roteirista da sua própria vida. Pensando assim, ela sabia que mesmo doendo muito, ela poderia terminar para começar novamente. Entregou-se a melancolia, desejando logo poder escrever, ou ler um bom livro, ou tomar seu café em um lugar como o vale das cachoeiras.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Metas...

Sem medo, sem se importar com o que os outros estão pensando. Faço o que gosto, faço o que amo. Rio do passado e o abandono nesse caminho, não posso carregar muitas bagagens, preciso estar leve. Tudo que vivi está marcado em meu corpo. Estou tentando viver sem projetar planos. Quero que aconteça no tempo que devem acontecer, porém não vou esperar sentando, só não quero sofrer por antecipação, quero aproveitar cada segundo das coisas que eu conquistar. Tenho na cabeça ideias e muitos sonhos e vou aprender a enumerar as minhas prioridades. Por mais que esteja difícil, vou sempre continuar vendo um lado bom para as coisas, sim sou otimista, e todos deveriam ser. Estarei mais pé no chão, mais atento. Preciso aprender a falar as coisas que eu penso e sinto, por mais que a vida inteira eu tenha me protegido dentro de mim, isso agora está me fazendo mal, porque não estou mais cabendo dentro de mim. Falarei mais. Quando falar não bastar, vou escrever, se não adiantar, vou cantar e se isso não bastar, dançarei. Serei mais arte! Mais eu! Preciso me apaixonar novamente por mim mesmo, aprender a me amar para assim poder distribuir amor. Pois bem... São desejos e metas que quero cumprir nesse novo ano. Defino cada passo. Respiro novamente e desafio a gravidade. Feliz ano novo.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Natal?

O fim de ano deixa cada pessoa mais, burra, mais sem educação, mais sem noção. Sim senhoras e senhores bem vindos ao espírito natalino e todo aquele blá blá blá que todo mundo fala da boca pra fora por pura convenção social. Viva! Boa parte da humanidade perdeu o sentido e o espírito de natal, independente de religiosidade, raça ou cor; cada vez mais os sentimentos são substituídos por genéricos passageiros, formas mais rasas de sentir e viver, intensificando somente o que fomentar seu ego. Triste, né?! Pois é... "Então é Natal, e o que você fez?" O que queres? Eu só queria meu presente de natal, já que eu sei que fui um bom menino, que fiz muitas coisas certas e boas, porém sei que isso não acontecerá. Eu sinceramente ainda acredito em Papai Noel, você pode até estar rindo ou me achando louco, mas, sim eu acredito! Não nas histórias de ele descer pela chaminé e chefiar uma multinacional de brinquedos no polo norte. O verdadeiro Papai Noel, quando era vivo, era um bom velhinho que ajudava os outros sem pensar em recompensa. (Será que ele ganhava o que queria no natal?)Saudades de pessoas que ajudam quem precisa sem pensar no retorno que isso pode dar. Lógico que você fazendo o bem, o universo retribui com bem... Pessoas boas assim estão em extinção. Enquanto isso eu fico esperando...

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Dia...

Fazia tempo que ele não experimentava o calor do sol em sua pele. Ele que morava na cidade cinzenta, desacostumara de sentir calor. Caminhou até as franjas do mar, sentou-se na areia branca, admirando a calmaria e os pequenos projetos de ondas que chegavam até seus pés. Respirou aquela poesia presente no ar, talvez seja a magia dessas terras ou somente maresia e poluição. Mas feliz por estar ali, sentou-se. Em suas mãos trazia um livro, seu companheiro de viagem. Enquanto ele absorvia a energia daquele lugar, viajava para outro acompanhado de seu livro. Tudo parecia estar no lugar. Mas não estava. Começou a sentir algo estranho, que o tirara de sua viagem, olhou ao seu redor e percebeu que o sol havia se escondido e agora água caía fina do céu. Isso o deixou triste, mas ao perceber que essa água caia somente em um pedaço daquelas terras, conseguiu admirar a beleza daquele momento e entendeu que era para ser assim e se a água caía ali, era por algum motivo. Ele, então, deixou-se lavar. Levantou e caminhou, passos leves e calmos por entre as franjas do mar, saboreando cada momento.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Bilhete...

Quando você ler este bilhete, se você ler esse bilhete, eu estarei a caminho de algum lugar, perdido na rodoviária, ou na estrada a caminho das franjas do mar. Não tenho certeza como isso aconteceu, mas desde que você decidiu secar, tudo tem sido mais difícil por aqui, você sabe bem disso. Pressinto o inevitável, mesmo com todos os avisos dos amigos, desejando que seja, somente uma fase... E é... Terminal, mas é uma fase. Irônico isso tudo que aconteceu, eu sempre me senti, um, quando na verdade não era. Desde que quebrei, um outro eu surgiu, alguém que em outra circunstância eu não gostaria, mas foi... Nascido da tentativa de segurar esse aborto de vida, por entre as águas primaveris, com um lado tão escuro quanto a noite. Não quero mostrar meu lado escuro, porque lá estão todas as memórias, sensações e eu. Não quero olhar para lá, mas sei de sua existência. Herança de mim. Abro mão, deixo ou deixei-me morrer por que a fragilidade e sentimentos intensos me levaram para esse rumo. Sem falar naquela sua mania de lembrar de tudo feito um gravador... Sei que foi o melhor para nós que eu morresse, assim, eu pararia de gravitar na órbita de mim mesmo. Quem sabe eu tenha espaço para ser totalmente, principalmente agora que existe um enorme espaço vazio em mim. Vou preenche-lo com palavras, porque gosto delas... As palavras, quando me faltarem, transformarei em canção e cantarei, a plenos pulmões tudo que preciso naquele momento. Mas se a música estiver encalacrada na garganta, então por não conseguir cantar, dançarei! Explodindo em movimento no afã de viver para sempre, de saltar sem medo, cair e me erguer forte, e se isso não me preencher, vou deixar como está até que algo cresça no lugar, quiçá minha flor... Minhas malas prontas, cheias de memórias, roupas e livros, sem nenhum plano, roteiro ou sentimento. Agradeço por que finalmente eu posso, quem sabe, descansar e voltar para casa, para me ver. Preciso ir agora...

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Luz...

Seus olhos estavam fechados, estava escuro e silencioso. sentia o ar se mover a sua volta, talvez fosse seu corpo em movimento por algum motivo. movimentos no vazio, buscando a luz, assim como um girassol. Lançado no movimento vazio da solidão seu corpo se preencheu de um sentimento ruim, raivoso. Relampejava, chovia dentro dele e essa chuva lavou a raiva deixando somente a pena guiar seus movimentos. Relâmpagos iluminavam seu caminho, sua respiração entrecortada ansiava por um novo ar. Resolveu caminhar para por as ideias em ordem, mas como caminhar de olhos fechados? Deu com a cara na parede. Doeu. Forçou abrir seus olhos e tentar enxergar. Viu uma porta e caminhou até ela. Fechou-a. Despiu-se de toda e qualquer roupa, sapato e mágoa. Trancou tudo isso atrás daquela porta e voltou a tatear incertos passos no escuro. Tudo era sem graça, e o tempo demorava a passar. Chegou a uma janela, olhos e janela abertos, avistou um céu cinza e triste. Mas ao longe havia um raio de sol que iluminou seus olhos e a chuva que caia dentro dele formou um arco iris colorindo sua visão. Sabia que existia um mundo de outra cor, bem ali. Subiu na janela e viu o enorme penhasco a sua frente, sem pensar saltou para o infinito, para o vazio no afã de encontrar o que quer que tenha depois do arco iris. Enquanto caia, sentia o vento acariciar sua pele. Abriu os braços como se fossem asas, tentando abraçar tudo que pudesse, tentando abraçar a imensidão. Com os olhos abertos, deixou para trás rastros de lágrimas, brilhantes como estrelas e um novo ar inflou seus pulmões e seu corpo, no torpor de ter encontrado algo que buscava foi tomado por uma amor tão grande que nem sentiu quando seu corpo encontrou as pedras no fim do penhasco. Escutou então uma melodia acelerada vinda de seu coração, sim ele ainda estava ali. Avistou o amanhecer, e o arco iris se abriu no céu, revelando um lugar bem feliz onde tristeza não há. Tudo, então se tornou luz.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Mentira...

Minha mãe sempre me ensinou que devemos sempre falar a verdade, por mais que doa. Mentir é pior, porque quando você descobre a verdade, fica magoado, triste, decepcionado e isso dói mais do que a verdade. Pois então mamãe, lamento informar mas às vezes mentir é melhor do que falar a verdade. Tem momentos em que falar a verdade te dilacera de uma forma tão intensa que você precisa se esconder atrás de uma mentira para poder suportar continuar, mesmo que ela doa por mais tempo, é uma dor mais amena.
Talvez seja covardia, mas o que se pode fazer? Não suporto mais a verdade, porque ela me machuca e ninguém toma nenhuma atitude em relação a isso. Estou cansado de tanto me machucar, cansado de sofrer e a impressão que tenho é que falando a verdade ou não machuca do mesmo jeito, então tenho que escolher o que machuca menos.
Me vesti com a minha melhor máscara, com todos os adornos exuberantes, amordacei meu coração e as lágrimas que teimaram em querer sair. Será que isso era o certo? Menti. A atuação mais dolorosa de todas. Quase fraquejei, maldito coração que teimou em querer gritar.
Atirei-me no vazio, atirei-me nessa sombra que me tornei, para buscar a luz, porque se há tamanha sombra, deve haver luz em algum lugar. Esta doendo ainda.
Procuro um abrigo.