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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Quem sou eu...

(18h24, ouvindo "A paz do fim" de Ana Larousse)
Quem sou eu?
Quem sabe seja bacana eu pegar uma xícara de café...
Ok... Vamos lá.
Quem sou eu?
Boa pergunta. Estou em constante evolução e consequentemente meu eu se muda, se recria, se transforma. Mudei bastante no decorrer das estações. Estou mais maduro, quem sabe pronto para ser colhido do pé da árvore chamada Vida.
Talvez você não consiga me enxergar direito porque os matizes tomaram outro Tom. E também pudera, ficar estagnado não é comigo. Ainda mais eu, esse furacão luminoso e amarelo. 
Sinto um pouco de saudades do pequeno príncipe sorridente e esperançoso que eu fui um dia. Mas crescer é uma coisa que dói, ainda mais pelas escolhas que temos que fazer. Umas nos ensinam por termos acertado, ou por serem boas; outras nos ensinam pela dor, pelo erro. Tentativa. Erro. Tentativa. Acerto. Perdas.
Eu me perdi no caminho, por escolha minha, por comodismo. Me anulei. Me deixei embriagar pelo veneno das pessoas e tentei realmente calar quem eu era por necessidade de ser aceito, de ser eleito, de ser aquilo que vocês queriam que eu fosse. Mas como eu poderia ser aceito se eu não me aceitava? Como seguir sem me reconhecer? Como eu me transformava e o resto do mundo permanecia igual?
Então tudo começou assim, de supetão! Eu me vi sozinho com um eu que eu não reconhecia. Apagado por aquela multidão. E meu sorriso?
Sempre tive em mim um amor muito grande e uma necessidade de amar e transmitir esse amor para todos ao meu redor. Sempre ajudei a todos e isso me fazia bem, mas dificilmente recebia algo em troca. Eu aprendi muito com meu erro, mas poxa vida, eu poderia ter aprendido de outra forma! Enfim.
Minha fé aumentou. Hoje me sinto muito mais forte religiosamente do que antes, porque encontrei o divino (chame de Deus, Buda, Oxalá, Cosmos...) mas o encontrei dentro de mim. Reforcei as paredes do meu templo interior e descobri o amor. Amor próprio. Como eu poderia querer amar os outros se eu não sabia como me amar? Estou aprendendo. Além disso, passei a entender mais o porque do mundo e das pessoas. Me respeito mais e sei respeitar o tempo e as escolhas dos outros e não me abalar por isso. Tenho fé. Tenho Amor. E com isso ganhei grandes presentes. Suponho que sejam anjos disfarçados, mas nunca vou perguntar a verdade porque provavelmente eles não poderão me revelar. Meus anjos particulares, que, pela primeira vez na minha vida mostraram-se importar comigo. Minha família se importa, sabe? Mas eu nunca tinha experimentado de verdade o que seria essa troca de sentimentos verdadeiros, sem cobrar nada, sem exigir nada além da felicidade, do bem e da alegria de cada um. Meus anjinhos.
Nesse meu intervalo entre eu buscar a minha independência e sair de casa para seguir atrás do meu sonho, passei por tanta coisa... E acho que a pior delas foi a perda. Hoje, eu caminho mais sozinho porque o meu grande amor, a pessoa que eu mais amei e que mais me amou, que mais me ensinou e que fez de tudo para que eu fosse quem eu sou hoje; agora está lá no céu com papai do céu, me protegendo de longe. E mesmo eu aqui sozinho, sentindo em ocasionalmente o calor do seu abraço, ouvindo o som do seu sorriso e sua voz tão doce, tento vencer mais uma vez a dor e seguir, afinal é isso que a senhora quer, né? Mas se eu pudesse por um instante tê-la aqui, para falar desse amor todo que eu tenho e que agora transborda de mim em lágrimas... Acho que esse meu relato acabou sendo meio confuso, odeio escrever em fluxo contínuo, mas acho que assim ele fica... Sei lá... Bom? Sentimental?
Sim sou sentimental e sempre serei. Continuo sensível. Continuo amando Teatro, dança e canto. Porém agora busco me importar com a inveja e as maldades das pessoas equivocadas e que tentam marionetizar tudo ao redor. Estou aprendendo a rezar por elas, afinal estamos todos nessa vida para evoluir.
Estou evoluindo.
Sou esse menino que ama demais, que se doa demais, que Arteia demais, que cuida demais de si mesmo e dos outros e que, sim, ama muito tomar café. Amo amarelo também. Escrevo para me entender melhor. E vim para esse mundo para ser Artista. Adoro ver o crescimento de quem me rodeia, e cuido dos meus amigos. Reciprocidade! Gosto de chapéu, tenho brincos e dois piercings...
Se você não me reconhece, talvez seja porque estou assumindo as rédeas da minha vida e buscando entender os porquês de tudo e de todos. Sou comporto de urgências, mas consigo ter controle delas. E o mais importante, estou aprendendo a confiar mais em mim. Esse sou eu. Decifra-me ou devoro-te? Não... Não ou te devorar, mas tenho certeza que você vai querer muito me decifrar... Será?
Eu sou assim, agora pelo menos... Quem sabe amanhã? Só sei que quero evoluir e sempre buscar o caminho do bem, da verdade e do amor, para que meus sonhos-flor tornem-se frutos e eu possa provar o sabor deles!
Você quer me conhecer, ou, me reconhecer? Então me deixa te encantar e seja recíproco.



Rabiscos...

Sirva-me por favor, aquela dose urgente e embriagante daquilo que tanto almejo. Não quero ficar sóbrio hoje, porque a sobriedade trás com ela as sombras, monstros e uma torturante visão opaca do mundo. Quero uma dose grande e extra forte. Quero me ver forte e bravo, mas honestamente tem sido difícil. Aquilo que me era certeza, nesses dias de clima inconstante tem se mostrado seco e infrutífero. Desgosto. Eu a cada dia desejo algo que possa me fazer sentir inteiro, algo que seja capaz de me preencher, algo capaz de me curar dessa enorme falta que sinto. Mas não consigo. Quando somos crianças, parece que o tempo não passa mesmo desejando que ele passe logo. Então, de um dia para o outro temos 50 anos e tudo que sobra da infância é um retrato em preto e branco. Saudade. Talvez seja disso que eu venha buscando, quem sabe seja esse sentimento que eu queira que preencha o meu corpo.
Eu levanto todo dia e lamento estar na realidade porque com ela aparecem todos os meus monstros e medos, tudo aquilo que tanto me faz mal. Todo dia me vejo num dilema crucial e só me resta o conformismo do meu suicídio particular, quando eu me anulo. Sinto falta da infância. Mas você nunca me entende, não é? Você não me enxerga e nem pode me ouvir. Você só consegue projetar em mim a imagem ideal daquilo que eu jamais vou querer ser. Você lança em mim a sua dor como se eu fosse culpado das mil mazelas que te atormentam. Quem sou eu? Sou uma pessoa com sonhos, desejos e urgências, ou sou somente aquilo que você almeja?
Isso me deixa com muita raiva! Me enfureço e recorro aos meus improvisos emocionais desejando que você consiga me ver como eu sou. Mas logo abandono a raiva, porque, sei que a raiva é um sentimento raso de uma mágoa mais profunda. Fazes-me falta. Falta daquilo que fomos. Daquilo que por um breve lampejo desejei que fosse eterno. Eu sou eu, e não o que você quer! Eu mudo, recrio e transformo-me. Sou quem eu realmente sou, cego aos seus olhos limitados. Eu arrisco sem medo e me lanço ao novo. Porque isso tinha que acontecer? Porque temos que perder? Porque viver em um ciclo dilacerante de dor e perdas? Minha avó sempre dizia: "a gente risca, o destino vem e rabisca". Estou tão rabiscado que nem sei mais onde começa o rascunho de mim.
Enquanto isso preparo mais uma dose forte, porque seu cheiro me lembra de casa, me lembra de coisas bonitas e de amor, e por hora isso basta para me manter vivo. Aceita uma caneca?