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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Verão

Nunca foi tão claro. Na verdade nem uma manhã de sol nos alpes andinos teria tamanha clareza como a que eu tenho agora. Na real está tão claro que eu preciso de óculos escuros no momento. Mas será que você também enxerga? Ou será que toda essa claridade está ofuscando a sua visão? Não sei. Queria poder contar para você da vista que eu tenho da janela, ou dos sabores que degustei aqui, mas a tanto que não tenho notícias suas que temo lançar no vazio as minhas palavras. Tenho medo de não receber notícias suas, que acabo me refugiando em minha mente criativa e crio e recrio cenas para o futuro que sonho para nós. Minha imaginação sempre foi o meu refúgio seguro, que cada vez mais prefiro o meu mundo criado do que a realidade fria e silenciosa em que estou. O que será que fiz ou deixei de fazer? Deveria ter lhe escrito mais para falar de coisas corriqueiras como o fato de eu amarrar fitas amarelas em árvores para marcar o tempo que estamos longe? Sim, aposto que você riria e me criticaria com sua afiada ironia costumeira e eu sorriria e me refugiaria como uma criança em teus braços. Mas tudo tem sido suposições imaginárias. Será então que tudo que vivemos não passou de imaginação? Quem sabe seja esse o motivo de eu não obter respostas de você. Então se eu inflar minhas palavras com todo sentimento que eu tenho em mim e pintá-las com a cor amarela mais luminosa que eu encontrar, elas cheguem a você e possam inspirar uma resposta que tenha sentimento e força para chegar até mim. Sonho, ilusão? Não sei direito. Acredito que seja sentimento mesmo. Então espero que nessa manhã, quando o vento tocar a sua pele você consiga decifrar a mensagem que ele carrega e possa, se você quiser retribuí-la. Enquanto espero, volto a amarar fitas amarelas, e desejar que essa claridade toda seja um bom presságio de que estamos no caminho certo para escrever o nosso felizes para sempre.


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