Total de visualizações de página

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Daqueles gritos na imensidão #4...

Esta noite sonhei contigo. Não consigo lembrar de muitos detalhes, mas sua presença era forte, palpável, real... Acordei e envolto no torpor de despertar, pensei que queria te ligar para conversar. O choque de realidade foi tamanho ao me deparar que, aí onde estás não há telefones. A realidade do mundo é muito severa, prefiro minha realidade onírica, onde encontros são possíveis, onde a saudade se dissolve no simples desejo concreto de reencontro. Queria que minhas palavras fossem mágicas. Quem sabe assim eu pudesse te sentir assim pertinho de mim. Outro dia, um dia que tirei para descansar, assisti um programa na TV, e escutei a frase: "Vocês falam muito das perdas, mas na verdade não perdemos ninguém, estamos impregnados com as energias daqueles que amamos". Fiquei pensando muito nisso. Sabe, eu nunca me contentei com pouco, e pra mim, a certeza de que estou impregnado de ti, alimenta a saudade por não ter-te aqui ao alcance da mão. Eu estou tentando viver, que seja por aparências, mas isso me exauri demais. Pensei muito e não consigo entender o porque.
Deves saber das correrias que tenho passado e dos apertos que assolam meus dias. Queria saber o que pensas, porque faz falta não ter com quem falar. Então grito na imensidão.
Estou atento aos pequenos detalhes, atento as pequenas coisas que me mostram que vale a pena, e reconforto-me na ideia de que mandas-te-as como uma mensagem, de que estas aqui. Mensagens que precisava ouvir. Loucura ou não, isso tem me servido como boia salva-vidas. Ainda mais agora que estou a deriva.
Ninguém se importa.
Aliás, quem realmente se importa está tão pior quanto eu. Os outros? Preferem alguém constantemente feliz e liberto de problemas, ou ainda vestem a máscara da caridade, só para ajudar quem lhes dê algum proveito em troca, se você não oferece algo pela caridade, é descartado como "orgânico" ou "reciclável". Mas nada do que eu já não sabia.
O clima aqui tá mais inconstante do que nunca, assim como as relações humanas. Coincidência? Vai saber... No momento está relativamente quente, vou preparar o café de sempre e fazer pequenas coisas para adiantar meu trabalho. Quando tenho uma brecha, me pego pensando em ti.
Escolha minha sofrer? Acho que não, porque na verdade eu só estou dando vasão ao sentimento, eu só estou deixando a cachoeira transbordar. Se ficar guardando pode fazer mal.
Tá chegando meu dia... Mas não to no clima... O que está me reconfortando é que estarás comigo, sei que na hora certa, quando a lembrança for bem forte, vou poder fechar os olhos e sentir seu abraço. Meu maior presente nesse dia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário