Total de visualizações de página

domingo, 18 de outubro de 2015

Daqueles gritos na imensidão #2...

Teve mudança do horário de verão, e junto com ela uma mudança na temperatura. 10°. Tá frio. Assim como tenho me sentido nestes últimos dias. Troquei a valsa triste de meu rádio por uma outra música mas sem muito sucesso.
Queria poder te ligar para contar da boa notícia chegada nas asas de um beija-flor, com uma mensagem de que ainda para mim, não acabou por completo o sonho. E eu pensei em seu nome.
Sei que deveria estar feliz, porém o frio tem me prejudicado. Será que eu deveria ter vergonha? Tipo vergonha de mim? Entre tantas idas e vindas, achei que essa nodoa havia cicatrizado, mas parece que não. É muito desesperançoso você estar andando e perceber que aqueles que te acompanham tem vergonha de quem sou. Você andar entre toda aquela gente e não ser se quer notado ou apresentado. E toda a situação transcorre como se nada fosse, como se ninguém tivesse notado minha existência, e ai dói mais e mais. Sinto vergonha de mim. Talvez seja assim mesmo que eu deva me sentir, afinal, se aqueles ao meu lado se portam dessa maneira, de que forma eu deveria me portar? Seguir meu coração não está mais em pauta, porque temo ficar só. Amar está ficando em segundo plano, talvez terceiro porque tudo que amo se vai, enquanto eu fico aqui, só. O que pensas disso? Estou invisível. Assim como sua presença.
Recolhi-me ao mundo imaginário, onde minha vida seria colorida e musical, e vivo nele parte do meu dia, assim consigo suportar o peso da existência. Peso de uma existência invisível. Não deveria ser leve? Acho que não, afinal essa vergonha, essa frustração e decepção têm um peso muito maior do que tudo que já carreguei. Porque eles tem vergonha de mim? Por que me ignorar dessa forma explícita? Está ao meu lado conversando e em seguida conversa com outra pessoa e me anula? Nunca tinha me sentido assim. Sabes que nunca tive vergonha de ser quem eu sempre fui. Mas agora sinto. Repenso minhas roupas, meu cabelo... E não agrado a ninguém. Nem a mim mesmo. Desgosto.
Fiz café agora, sentei-me enrolado no cobertor, mas não me aqueço porque o frio é dentro e o café esfria quando o bebo. Mas não se preocupe, eu não vou explodir por hora. Chorar camuflado pelo chuveiro, ou abafado pelo travesseiro, têm bastado até então. Escrever para ti também me ajuda. Mesmo sem respostas concretas.
Outra noite sonhei com seu abraço. Foi tão reconfortante e real que acreditei que toda a vida até então tinha sido uma sucessão de sonhos ruins. Mas mal falaste comigo. Logo despertei e me vi aqui, vergonhoso e friorento. Conformo-me.
Antes de terminar mais este pedaço desse império de palavras que construo, queria dizer que esses dias ouvi uma frase que me fez refletir: "Amar é um verbo sem passado". Sim. O amor não passa, o que passa é o tempo. O amor não separa, o que separa é a distância. O amor não machuca, o que machuca são aqueles que não amam. O amor é eterno, o amor que te devoto têm sido a boia salva-vidas que me mantém na superfície da existência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário