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domingo, 20 de julho de 2014

Verdade...

A maioria das pessoas trata os sentimentos dos outros de forma tão leviana, que isso me deixa deveras incomodado. Existe uma urgência, um egoísmo latente que nos impede de pensar nos outros, focando somente no que o meu EU anseia. E assim, o seu EU te cega, te sufoca e cada vez mais você permanece na dependência de ter o que você quer, doa a quem doer. Esse é o ser humano de hoje, ou pelo menos boa parcela. Somos feitos para acabar, nascemos com a certeza da morte, e mesmo sabendo da nossa curta temporada aqui na terra, ao invés de experimentarmos e vivermos sentimentos bons, que complementem os dos outros, começamos uma guerra sem fim onde o meu prazer é mais importante do que o seu. O que você quer levar dessa existência? Quem você quer ser? E quando tudo acabar e você olhar para trás, do que você quer se orgulhar?
Tenho estado pensativo por esses dias, e tomado por uma tristeza que nunca antes experimentei, permiti-me verbalizar o que eu sinto. Egoísmo? Talvez, mas o que escrevo te incomoda?
O ser humano sofre da razão, e adoece por causa dela. Guardamos em nosso corpo as lembranças da vida e tudo aquilo que sentimos. Quando sentimos coisas ruins, guardamos-a num canto escuro de nós e ela fica ali, crescendo, se alimentando do que temos de bom, e crescendo, transformando tudo em coisas ruins, em doenças. Tumores, depressão, gastrite, espinhas... O que temos e sofremos é resultado de sentimentos não vividos, não externalizados. Se eu guardar pra mim o que é bom, isso também me fará mal, porque não dei a oportunidade a esse sentimento de sair de mim e contagiar outras pessoas e assim crescer. Não quero adoecer da razão, menos ainda do medo de não sentir. Quero a liberdade de ser, de propósito, sabe?! Viver aquilo que me faz feliz, chorar aquilo que me faz mal, colocar em palavras aquilo que sou.
Tem coisas que estão em nós, que é muito difícil de deixar sair, por isso eu danço, porque dançar abala as estruturas internas de mim, sacudindo a poeira e colocando pra fora aquilo que não deve se fixar em mim, eu canto, porque nas palavras encontro as respostas para os meus porquês, nas notas eu emerjo sentimentos encalacrados na garganta, e quando isso não basta eu escrevo, me permito ser arte literal, poesia sintética, prosa e verso, porque toda essa pluralidade é o que me torna especial, não pra você que provavelmente não goste da minha interpretação, da minha dança, canto ou escrita, mas especial pra mim. Porque estou me respeitando, tratando daquilo que sinto sem prejudicar ninguém... Se você estiver incomodado com isso, pare de ler, ué! É simples. A vida é curta para nos importarmos em guardar as coisas que sentimos, e não viver o que devemos viver. É isso que vamos levar para outro plano, para outro lugar quando chegar o fim. As lembranças dos bons momentos vividos, o sorriso e a lágrima, mas acima de tudo aquilo que eu me permiti ser, de verdade.
Sinto-me mais leve. Cante, Dance, Escreva, Atue, Seja, como se não houvesse amanhã, porque um dia não vai haver... E aí, quem você quer ser? Do que quer se orgulhar?

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