E o medo? Tudo já estava voltando para o eixo e agora eu
tinha que virar tudo de cabeça para baixo e deixar a força me levar? E o
controle? Para onde iria nesse giro de cabeça para baixo? Queda livre?
O medo nos impede de fazer certas coisas, o medo de perder o
controle nos limita... às vezes é preciso perder o controle sem medo para poder
descobrir as infinitas possibilidades que a vida nos oferece. Na teoria isso é
lindo, não é? Mas na prática a teoria é outra! Ok, se eu me pré dispus a isso
então que seja inteiro, que seja em fluxo de vida, que seja descontrolado e
destemido, senão de que adianta viver na zona de conforto? Preparei meu corpo e
deixei que o fluxo seguisse. E o mundo é bem diferente desse novo ponto de
vista... Não existem somente duas possibilidades, viver é muito mais do que
essa limitação cartesiana de sim e não, certo e errado... Girei tudo, com medo
ainda, mas depois da primeira vez, nossa! Tudo ficou diferente, ficou mágico e
um leque se abriu. A cada passo, a cada giro, a cada milímetro tem sido uma
conquista para essa alma despedaçada, a cada segundo um novo encontro com meu
eu... Danço!
O ar preenche o espaço vazio no peito, tornando-me leve, a
cada batida (do coração?) a alma se fortalece e permite-se ser tocada.
Sensibilidade aflorada, mais do que nunca, só que agora com mais sabedoria do
que antes. Que conquista! Sustenta isso!
Saltei, girei, caí e levantei embalado pela canção... O medo
está menor, e acho que sempre vai existir, afinal precisamos de um equilíbrio,
e assim como ele está, parece ser saudável. E o mundo gira em seu eixo e fora
dele, de cabeça para cima ou de cabeça para baixo, ele gira. Alegria
descomunal!
Viver, sem pedir licença... Ser!
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