Total de visualizações de página

sábado, 5 de outubro de 2013

Cecília...

Vocês nunca conseguirão me entender... Não tentem, será perda de tempo. Tenho a alma inquieta e trago no peito o desejo de ser tudo aquilo que eu sempre tive vontade de viver. Ser uma jovem de 13 anos não é fácil, ainda mais tendo nascido nesta casa...
Sempre quis sentir a brisa em meu rosto, mas uma brisa que não fosse soprada pelos meus pais. Sempre quis correr, correr para qualquer lugar, mas essas paredes imensas me impedem de viver.
Não culpo meus pais. Acredito que eles sejam pessoas boas. Culpo aquilo que os tornou assim, algozes de si próprios e de nós também. Sei que eles cometeram um erro no passado...
Sou um esboço inacabado, um rascunho de alguém que poderia ter sido mais, colorido pela rubra cor pulsante de vida em mim. Pareço louca? Decifra-me!
Sei que além do arco-íris, há um lugar bem feliz onde tristeza não há, e é para lá que eu vou, por opção minha, por ser uma decisão por mim tomada sem ter sido imposta por ninguém!
Lamento que o caminho tomado seja assim repleto de pedras e espinhos, lamento ainda mais por minhas irmãs possivelmente sofrerem com minha escolha, mas preciso pensar em mim, a vida me sufoca. Aos meus pais deixo a esperança de que eles vejam que estão no caminho ruim e que possam arrumar tudo antes de... Outras escolhas serem tomadas.
Salto para a liberdade, salto de braços abertos como as asas de um beija-flor, que voa rápido colorindo o mundo com outras cores que não o vermelho.
Salto, sem medo. Finalmente sentirei a brisa da liberdade.

Cecília Lisbon.

(da peça Belezas Roubadas)

Nenhum comentário:

Postar um comentário