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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Daqueles gritos na imensidão #16...

A verdade...
Simplesmente não consigo sentir absolutamente nada, como se meu coração tivesse se convertido em gelo. Uma pedra fria onde nada brota. Nada vive. Será que ainda está ali? Aos poucos a frieza foi se instaurando e amortecendo meus tecidos nervosos a ponto de me tornar insensível à colisão iminente. Colidiu.
Quando a bruma desvaneceu, nada havia restado, nada estava em pé. Ou talvez estivesse, mas eu quem não conseguia enxergar. O que está acontecendo? Eu pergunto à imensidão. Não obtenho resposta, nem sequer do eco de minha própria voz. Falei? Pensei? Sentir certamente não senti nada. As palavras que chegam a mim são lâminas lancinantes proferidas no instante em que eu já estava vencido, como se não bastasse ter sido derrotado, um golpe de misericórdia marcou aquele momento.
A verdade é... Será? Não sei... Estou aquém de mim. Há uma chave-geral. On/Off.
Ao menos não estou sozinho. Às vezes encontro com um pequeno de olhos verdes expressivos diante de uma retangular janela espelhada. Fito seu olhar por incontáveis instantes até o brotar verborrágico nascer de mim. Ele nada responde. Ele apenas ouve, com a primavera nos olhos. Tenho impressão às vezes que ele consegue imitar meus movimentos a perfeição. Enxergo uma semelhança familiar neste pequeno... E nada diz. Ou talvez diga tudo.
A verdade fragmentada, me revela falho e imperfeito. Busco a luz em meio às sombras, uma luz dourada-amarela, mas percebo que meus olhos estão fechados. Tateio. Busco. A chave-geral? O que busco? Abro meus olhos mas a claridade me força a fechá-los por um instante. E lá está. Mas... Eu... Isso tudo faz... Onde... Quem é o pequeno de olhos verdes... On/Off...
A verdade? Consigo vê-la, mas não colocar em palavras. Mas consigo vê-la.  

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