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domingo, 10 de novembro de 2013

12:41pm

Era uma vez um menino...
Porque esse celular teima em despertar quando eu estou tão cansado. Tudo que eu queria era dormir mais um pouco... Mas ele não deixa. Me animo com o desejo de uma bela e grande xícara de café com leite, algumas torradas e uma fatia de melão que preparo para meu café da manhã. Quem diria que um dia eu comeria tanto assim, de manhã. Sorrio ao me olhar no espelho do banheiro, vejo alguém diferente refletido... Rosto ingênuo e com espuma branca espalhada ao redor da boca. Raiva? Não creme dental. Escovo os dentes, enxáguo a boca deixando a raiva mentolada escorrer ralo abaixo. Examino meu olhos, hoje mais esverdeados do que o habitual. O cabelo tá horrível, mas não vou me importar com isso. Como em um musical da disney, preparo meu café cantando, imaginando pássaros, coelhos e esquilos me ajudarem com os afazeres matinais. Que loucura.
Depois do café tento arrumar meu quarto, e vou conferir meus e-mails pelo celular e reparo na data. Nem parece que hoje é hoje. Será que passou tão rápido assim? Me sinto em uma montanha russa, bem na hora da descida rápida. Não é legal, é nauseante perceber tudo assim de uma vez. Me sinto com várias toneladas, quando na realidade eu perdi 3 quilos em duas semanas. Nossa, eu perdi 3 quilos? Gente... Preciso ver isso, não deve ser normal...
Visto uma roupa confortável, que combine com minha alpargata preta de sola amarela. Gosto dela. Coloco a mochila nas costas decidido a seguir meu dia normalmente, preparado para minhas aulas e ensaios. Abro a janela do meu quarto e vejo o lindo dia de sol, presente pra mim? Quanta pretensão...
Saio do apartamento, tranco a porta e sigo pela rua, cantarolando as músicas que ouço em meu fone de ouvidos, as pessoas me olham, umas espantadas, outras com sorrisos no rosto, outras não estão nem aí. Ando.
O dia segue. Passo pela rua que me traz várias memórias, agora é difícil focar nelas, parece que estão se perdendo.
Ensaios, aulas...
12:41...
Estou parado na padaria, pagando por um bolinho confeitado. Saio de lá, sento em um banco no parque, perto de uma árvore de flores amarelas, seguro o bolinho entre as mãos, encaro a velinha acesa, repensando tudo que se passou, agradecendo e desejando outras tantas coisas. Com os olhos fechados canto baixinho para mim, meu celular vibra no bolso, sorrio. Ela jamais esqueceria, nem deixaria passar em branco. Falo com mamãe, lágrimas teimosas decidem sair de meus olhos. Desligo o telefone. Sopro a velinha ao mesmo tempo em que o vento sopra forte.
Dou uma mordida forte e gulosa no bolinho. E sigo com meu dia.
Não mereço parabéns por nada, na verdade.
Ensaio mais... Aulas mais...
Chego a noite em casa. Preparo mais uma xícara de café e sento na janela do meu quarto observando que o mundo segue seu curso... Respiro e o aroma do café me anima.
Decido reescrever.
Começo então...
Era uma vez um menino que gostava de amarelo...

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