11.06.2012
Diário de Bordo do Pequeno...
Casa da Cultura de Campo Largo, serviu como cenário para o tão esperado encontro.
Big, uma grande amiga e artista, que faço questão de pintar com as cores que ela mesma tem, concretizou esse presente maravilhoso de me dirigir nesse projeto Pequeno.
Começamos pós adaptação do monólogo, de arena corredor para palco italiano (por causa do espaço que apresentaremos). Big passou alguns exercícios de clown para mim, para ajudar no monólogo interno dessa personagem, e em seguida re-coreografamos as primeiras coreografias e cenas...
Impressões...
O trabalho de clown foi algo que eu já havia experimentado antes, mas a proposta da Big ia além do que sonhava minha vã filosofia. Uma entrevista de emprego. Para um recém formado. Repetida milhares de vezes com milhares de estímulos e sentimentos. Foi bastante angustiante viver um clown que não fosse meu Kio. No início foi dificílimo e frustrante... Trabalhamos a alegria total do pequeno, e embora eu estivesse me sentindo totalmente feliz e sentisse meu corpo pulsando essa alegria, não consegui deixar ela sair pelo meu corpo em movimentos. Seguimos com outros estímulos. Vou me prender aos que muito me marcaram, como por exemplo: Qual seu nome? ALVIN explodiu minha voz com uma potencia que não era do Kaio... Alvin... Nomear o Pequeno,que para sempre será Pequeno para mim, foi algo forte e incrivelmente necessário... Alvin, que descobri hoje dia 12 significar 'ilustre amigo'... Pequeno...
Experimentei o extremo da raiva, que foi catapulta para a primeira cena. Foi forte. O grito rasgando o corpo... Como flecha... Viver o telefonema da paixão, a ida ao hospital, foi muito forte... um duelo entre Kaio que não queria reviver a cena de chegar ou hospital e encontrar a pessoa que ama imóvel, e Alvin/Pequeno que queria ter certeza de que não era verdade... Desespero... Impotência... Medo... Ninguém pode saber a dor que a gente sente, dor que dilacera, que rasga seu corpo, quando você encontra a pessoa que você ama, que sempre esteve presente em sua vida, em silêncio, imóvel, coberta por um lençol, e você infantilmente chamar por essa pessoa e você não ter em resposta o seu sorriso... É gente, dói muito... Eu sei...
O ensaio/remarcações
Foi muito bom esse trabalho inicial para dar força para a cena. A dramaturgia aconteceu e se consolidou de forma mais firme, orgânica... Foi cansativo, corpo e mente, reviver e reorganizar, porém extremamente gratificante...
Despedida
Alvin seguiu andando pelo trilho do trem... mudado... crescido... forte... e eu... também...
Big, valeu mesmo...
#farinhada #4%
Quarta-feira (13) tem mais ensaio. Quinta-feira (14) ensaio geral com técnica.
kaiogomesbergamin